18 de abril de 2007

Diogo Mainardi e o assassinato da ética.

Diogo Mainardi é a anti-inteligência da direita nacional. Este fato é um postulado.

Ainda que caminhe pelo limbo da oposição ao governo atual, e acredite que acontecimentos estranhos permeiem a presença de Franklin Martins e outros tantos no governo petista, abomino o jornalismo de Veja, melhor retratado pela coluna imbecil de Mainardi.

Dioguito prima pelo sensacionalismo aristocrático. Explico o termo: para as classes superiores da atmosfera brasileira, o jornalismo sem assunto e sem evidências só pode ser classificado como sensacionalista quando se trata do populacho. Outro dogma é a crença de que somente veículos de comunicação baratos apelam para artigos desta estirpe. Daí nasce o curioso fenômeno do sensacionalismo aristocrático, onde se pode tudo nas mídias que pertencem à estratosfera social. Não é necessária a isenção ou conferência dos fatos. O status da marca confere a distinção ética necessária à Veja, Época, Carta Capital e outras tantas revistas e jornais, que abrigam artigos e crônicas onde tudo se pode. Os limites são traçados pela criatividade editorial.

Mas voltemos ao pustuloso jornalista, antes que perca o rumo deste post. No último ano Dioguete publicou uma série de artigos acusando Franklin Martins e sua família de possuir um envolvimento duvidoso com o governo Lula, enquanto este ainda mantinha suas atividades na mídia (possuindo uma coluna televisiva no Jornal da Globo, inclusive). No entanto, em nenhum momento Didi apresentou evidências para seus argumentos, mantendo o nível de seus artigos em "fulano, que não vou falar o nome, me disse que…".

Resultado, processo de Franklin Martins contra Diogo Mainardi. A sentença saiu ontem, e o único lugar que a noticiou foi o Catarro Verde.

Vale a pena ler tudo que o juiz Sergio Wajzenberg escreveu sobre ética.

Ponto para o jornalismo. Ponto para o direito. Ponto para a ética. E ponto, infelizmente, para Franklin Martins.

Diogo Mainardi faz isto, torço para o bandido. É um bunda de peru mesmo.

----- Comentários Atualizados em 22/Abril/2007 -----

Causos do fundo do mar.

Algumas coisas precisam ser ditas. Então transcritas e, por fim, copiadas.
Caso deste post roubado da Ilha de Siris:

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Mas preciso relatar isso

outro dia vi no David Letterman um
australiano catador de moluscos que foi semidevorado por um tubarão gigante. Então, ele tá vivo, mas a história dele é ainda mais assustadora do que a daquele cara que levou uma mordida na barriga e só não caíram todas as tripas pra fora porque ele era mergulhador e estava de roupa de neoprene, e que se tornou consultor do filme Tubarão.


Well, resumindo a desgraceira: ele tava a 7 metros de profundidade, catando lá suas conchas (avalone, aqui não tem, acho, e não tem nada a ver com aquela besta palmeirense, é um molusco, apenas), de repente ficou tudo escuro e o regulador (aquilo de onde sai o ar comprimido que vai pra boca do mergulhador) sumiu. Ele percebeu que estava sendo comido vivo, no pior sentido, e reagiu. Um braço dele estava pra fora da boca do bicho, e com a mão ele foi tateando seu agressor (oh) e encontrou uma coisa (tirem as crianças da sala agora, porque a história vai ficando cada vez mais nojenta) do tamanho de uma bola de tênis, viscosa (eca) e (eca eca eca) ai, sei lá, uma coisa que parecia um olho. Ele enfiou os dedo no zóio do tuba e o tuba abriu a boca. Ai, credo, que coisa horrível. Aí ele ainda tinha que subir pra superfície, tinha que encontrar o regulador pra poder respirar, não podia simplesmente subir correndo (nadando, whatever) porque o bicho ia correr atrás, e ah, não sei, só sei que ele sobreviveu e só ficou com umas pequenas cicatrizes no rosto e um braço meio bichado.

Eu não sei, viu, eu li aquele livro do Lawrence Wabba chamado Tubarões e ele diz que os brancos estão em extinção, mas não sei não.

Bom, era isso o que tínhamos para o momento sob a tag "tubarão".

Grata pela atenção, atenciosamente,

Silvia
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O que tenho a dizer sobre isto?
Bem, algumas vezes é bão que Minas não tenha mar. Para todas as outras vezes existe o Espírito Santo (o estado, não o Paizão).

17 de abril de 2007

Ele vive!

Comprei um PSP, importado, usado e barato (coisa que não se acha no Brasil). Isto foi em Janeiro. Ficou o bicho guardadinho lá em casa, sem uso por três longos - muitíssimo longos - meses.

O motivo? Simples e puro amor ao dinheiro. Com um jogo de PSP a mais de 200 pratas, a única opção viável era a utilização de cópias... errr... hmmm... bem, "alternativas". E, por motivos técnicos tremendamente chatos de se explicar, para se utilizar cópias "alternativas" é necessário possuir um Memory Stick Pro Duo. O preço? Mais de 200 pratas, novamente.

Mas não é que estão vendendo exemplares "alternartivos" de Memory Stick também? Por 70 paus comprei o meu com 2 GB de capacidade. Agora sou o sujeito mais feliz do mundo jogando PSP com jogos "alternativos" gravados no Memory Stick "alternativo".

Deu um trabalho infernal descobrir como se fazia a mágica por inteiro, e talvez até blogue entregando a receita completa para outros neófitos, mas o que realmente interessa é que no final tudo se resolveu.

Vive la revolucion!

3 de abril de 2007

Reflexões sobre terapias anti-stress.

Eram 9:22 da manhã quando meu celular tocou, logo após um bate-boca no trabalho. Número desconhecido. Atendi com humor soviético:

- Eu falo com o Sr. z3? – uma voz de adolescente de quem acabou de conseguir o (sub)emprego de operador de telemarketing perguntou.
Tentei (não) disfarçar meu azedume com a frase menos receptiva possível:
- Quem gostaria de saber?
- Aqui é da central de relacionamento do Banco Real
[CORTE]

Este foi um CORTE feito pela minha má vontade crescente. Antes que eu começasse a ser telefonicamente violento, resolvi abrir o verbo:

- Olha, eu não tenho relacionamento nenhum com o Banco Real, nem quero ter. Na verdade, a única relação de que quero saber é a de nomes que você tem aí na sua frente [foi um belo trocadilho, não?]. Risque meu nome dessa relação. Não quero receber chamadas de telemarketing do Banco Real.

Mudei o tom de voz, e com a maior simpatia possível emendei um adeus.

Eu percebi que a menina queria me dizer mais alguma coisa, o que me deu ainda mais prazer quando desliguei em sua cara.

Vinte minutos mais tarde, o horror acontece. O celular toca novamente. Número desconhecido mais uma vez:

- Sr. z3, quem fala é [nome genérico não computado], sou gerente da central de relacionamento do Banco Real. Tomamos conhecimento de que o senhor não gostaria mais de receber ligações de nossa parte [minha vida passa diante de meus olhos; esse tipo de coisa não acontece só quando você vai morrer, mas também quando quer matar alguém].
- Lamentamos este fato, e, se o senhor não se importar, gostaríamos de saber os motivos para isto.


Confesso que esta última frase pode não ter sido a transcrição mais fiel do que o homem disse. Já estava tão miseravelmente possuído pelo capeta, que não tinha atenção para mais nada.

Fiquei 5 segundos em silêncio tentando conter o lado negro da força.

- Sr. z3? - o homem insistiu.

- Olha, não sei se você não entendeu que eu não quero ter relação nenhuma com o Banco Real, ou se não sabe qual é a definição de telemarketing.
- Vou te explicar melhor cada um dos dois conceitos: relacionar é estar vinculado de alguma forma com algo ou alguém. Eu não quero estar vinculado com nenhuma instituição que queira infernizar a vida das pessoas fazendo telefonemas idiotas.
- Segundo, telemarketing é isso que você está estupidamente tentando fazer sem sucesso nenhum comigo.
- Quando tiver outras dúvidas, use o dicionário! NÃO LIGUE PARA MIM!


Desliguei o telefone.
Parei por 15 segundos e percebi que agora estava completamente relaxado. Toda tensão da discussão que tive no trabalho mais cedo desapareceu.

O Banco Real dessa vez inovou, criou um serviço de terapia anti-stress para clientes de outros bancos. Mas ainda existe espaço para melhorias. Eles poderiam plantar dinamites nas agências e oferecer para os clientes de outros bancos acionarem o detonador. Isto sim, seria relaxante.

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