29 de dezembro de 2006

Lições de rock'n'roll.

Curiosamente ouvia Van Halen quando me enviaram a fórmula mágica rock estrela. São 69 passos simples para se tornar um hard rocker.

Aprenda, criança:

1 - Você é um ser espiritual muito elevado que já descobriu o sentido da vida: hedonismo e diversão. Seu objetivo é ajudar outras pessoas a alcançar esse patamar. Portanto seja divertido.

2 - Escolha um nome para a banda que seja divertido e perigoso, mas não tanto, mais ou menos como fizeram Scorpions ou Poison. Nomes com conotação sexual e/ou pecaminosa também são bem vindos. Um bom exemplo é Dr. Sin.

3 - Se possível, faça seus shows sempre bêbado. Bêbados são mais divertidos que pessoas sóbrias.

4 - Além disso, bêbados podem fazer coisas que pessoas normais não podem, como jogar a TV dos hotéis pela janela.

5 - Jogue a TV dos hotéis pela janela.

6 - Quando você se tornar um alcoólatra, interne-se em uma clínica de reabilitação e diga que se arrependa de tudo o que fez quando bêbado. Quando tiver alta, volte a beber antes de todos os shows (afinal, estar sóbrio não é divertido) e reinicie o ciclo.

7 - Caso você seja o vocalista, NÃO beba antes dos shows. Cantar igual a uma arara já é difícil o suficiente sem ter ingerido álcool.

8 - Vocalistas de Hard Rock têm que passar a vida estudando e se esforçando para manter a forma. Porém, quando perguntarem o que você faz para cuidar da sua voz, responda: "Como muita mulher!".

9 - Guitarristas têm a missão mais difícil, pois têm padrões altíssimos para seguir, como Eddie Van Halen, Jimmy Page, Yngwie Malmsteen e Steve Vai. Estude muito, pelo menos 8 horas por dia. Se perguntarem como você se tornou um virtuoso, veja regra número 8 para saber o que responder.

10 - Coma muitas mulheres.

11 - Se você for mulher, dê para muitos caras. Lembre-se das palavras de Aldous Huxley: "Promiscuidade é um dever do cidadão".

12 - Sexo grupal é divertido.

13 - Faça sexo grupal.

14 - Nunca coma a mesma mulher duas vezes. A não ser que seja na mesma noite ou que você tenha esquecido dela (nesse caso, ainda assim acrescente um número na lista de mulheres com quem você dormiu).

15 - Quando você comer a mesma mulher duas vezes (ou mais) na mesma noite, multiplique esse número por cinco e conte essa odisséia na primeira entrevista em que tiver oportunidade.

16 - Toda manhã, ao acordar, expulse do quarto do hotel as duas mulheres que dormiram com você (no mínimo), vire para o leste e reverencie seus deuses: Page, Plant, Blackmore, Gillan, Simmons e Stanley.

17 - Após reverenciar seus deuses, reverencie os semi-deuses (aqueles que são a mistura dos deuses com reles mortais): Coverdale e Van Halen.

18 - Feito este ritual matinal, volte a suas ocupações habituais (comer muitas mulheres).

19 - Faça músicas sobre como é comer muitas mulheres.

20 - Se você for mulher, faça músicas sobre transar com muitos caras. Um bom exemplo é a banda feminina The Donnas e seu hino "40 Boys in 40 Nights" (40 caras em 40 noites).

21 - A cada dez músicas sobre sexo, faça uma baladinha sobre amor. Isso é necessário caso você queira continuar comendo muitas mulheres (e você quer).

22 - Palminhas. Palminhas são divertidas. Sempre que possível, coloque palminhas nas suas músicas. Clássicos do estilo, como "I Love Rock & Roll) (Joan Jett and the Blackhearts) e "Slow and Easy" (Whitesnake), sempre têm palminhas.

23 - "Burn" (Deep Purple) deve ser sua maior fonte de inspiração para músicas pesadas. Já suas baladas devem ser fofas e sentimentais. Suas fontes de inspiração podem ser "Wind of Change" (Scorpions) e "To Be With You" (Mr. Big). Lembre-se de colocar violões e coraizinhos em todas as baladas.

24 - Drogas são permitidas. Músicas sobre drogas também.

25 - Sexo, drogas e diversão. "Hell, yeah, bitch"!

26 - Depois que você já for um veterano (mínimo aceitável de 15 anos de carreira) e já estiver completamente lesado de tanta droga, pare de usá-las e dê entrevistas dizendo como as drogas são ruins e como você não as recomenda para ninguém. Se precisar de ajuda para inventar essas baboseiras, assista a entrevistas com Kiss ou Ozzy Osbourne.

27 - Por outro lado, nunca e eu realmente digo NUNCA, se arrependa da quantidade de mulheres que você comeu. Sempre que possível, cite um número aproximado nas entrevistas (por aproximado, entenda multiplicado por 5). Entre uma entrevista e outra, aumente pelo menos 100 mulheres nesse número, mesmo que as entrevistas tenham sido feitas no mesmo dia. Gene Simmons domina essa arte como poucos.

28 - Faça as músicas mais pesadas que conseguir (cuidado para não se tornar uma banda de Metal), mas dê um jeito para o grande público achar que sua banda é acessível. A melhor forma para atingir esse objetivo é colocando apenas as suas baladas no rádio e na MTV. Caso não tenha baladas suficientes, escolha as músicas mais leves e comerciais. Scorpions e Van Halen são mestres nisso, tanto que poucas pessoas sabem quão pesados eles realmente são.

29 - Não se leve a sério. Deixe isso para a galera do Metal, que canta sobre aço, trovões, honra, dragões, duendes e arco-íris.

30 - Seu público fiel é o mesmo do Metal. Tenha isso sempre em mente. Não faça a besteira de Aerosmith e Bon Jovi, que ficaram mais Pop querendo agradar ao público das rádios e praticamente caíram no esquecimento.

31 - Não seja como Steven Tyler e Jon Bon Jovi.

32 - Se quiser ser igual a Steven Tyler e Jon Bon Jovi, se baseie apenas na quantidade de mulheres que eles comeram.

33 - Seja igual a Gene Simmons.

34 - Como o Gene Simmons comeu mais mulheres que Steven Tyler e Jon Bon Jovi, não seja igual a esses dois.

35 - Seus refrões devem ser pegajosos e com coraizinhos fofos.

36 - Durante os shows, o guitarrista e o baixista devem cantar o coralzinho fofo no mesmo microfone que o vocalista vai cantar o vocal principal.

37 - Use roupas coloridas e chamativas. Calças de oncinha, bandanas e camisetas rosas são não apenas permitidas, mas necessárias. Se não gostar de bandanas, você precisa de um penteado tremendão. O mínimo aceitável é encher seu cabelo de laquê, mas se você quiser ser realmente um "Hard Rocker", faça um corte igual ao de um poodle.

38 - Coloque um sabonete no meio das pernas. Você tem uma reputação a cumprir (a de comedor).

39 - Faça biquinhos nas fotos de divulgação.

40 - Use batom para deixar seu biquinho mais bonitinho.

41 - Não deixe seu biquinho ser confundido com cara de macho. Cara de macho é para as bandas de Metal. Se tem algo que você realmente não quer, é se passar por machão.

42 - Não se incomode quando os caras começarem a dizer que você é gay. Isso é esperado e planejado. Eles têm inveja da quantidade de mulheres que você come.

43 - As mulheres vão defender sua masculinidade com unhas e dentes. Prove que elas estão certas comendo-as.

44 - Paute sua vida pelas sábias palavras do "manager" do Steel Dragon: "Os homens querem ser você. As mulheres querem dar para você. Seu trabalho é viver a vida com a qual os outros sonham".

45 - Não seja gay. Não que tenha algo de errado com isso, mas gays não costumam comer muitas mulheres.

46 - Finja ser gay. Mulheres gostam de caras que parecem ser gays.

47 - Coma essas mulheres.

48 - Sempre use óculos escuros. Mesmo que você esteja no cinema.

49 - Esbanje sua riqueza. Compre mansões, carrões e mulherões.

50 - Se você for estadunidense, lembre-se: você toca Metal. Você sabe que ninguém mais no resto do mundo considera Hard Rock e Heavy Metal a mesma coisa, mas desde quando estadunidenses se preocupam com o resto do mundo?

51 - Se você for estadunidense, faça pelo menos duas músicas falando sobre o 11 de setembro. Tragédias são a melhor forma de ganhar mais dinheiro e, conseqüentemente, mais mulheres.

52 - Transformar dinheiro em mulheres é muito fácil. Então ganhe muito dinheiro.

53 - Se você não for estadunidense, finja ser. Ninguém consegue ser tão ridículo quanto os estadunidenses. Nenhuma banda de Hard Rock européia é tão divertida quanto as estadunidenses, por mais que tentem.

54 - Tire fotos de divulgação em frente à bandeira dos EUA, mesmo que você seja iraquiano.

55 - Quando suas vendas diminuírem, diga que a banda acabou porque você não suportava mais seus companheiros e que não existe absolutamente nenhuma chance de vocês voltarem a tocar juntos.

56 - Cerca de dois anos depois, anuncie a grande volta da banda (com a mesma formação de dois anos atrás) e lance um disco ao vivo.

57 - Depois da turnê para divulgação do disco ao vivo, regrave seu álbum mais famoso, de preferência com guitarras afinadas em ré e vocal mais agressivo. Diga que é um presente para os fãs. Os idiotas costumam achar legal esse tipo de demagogia.

58 - Diga pelo menos uma vez por ano que vem para o Brasil, mas cancele na última hora. Twisted Sister e W.A.S.P. são mestres nisso.

59 - Faça o possível para não precisar mais compor e gravar músicas novas. Afinal, a quantidade de groupies em um estúdio é muito inferior à quantidade de groupies em um show. Se precisar de inspiração e cara de pau para conseguir fazer isso, lembre-se de Kiss, Whitesnake e Twisted Sister.

60 - Músicas inéditas são para fracos que não sabem viver do passado.

61 - Sempre que possível, diga que os shows não são por dinheiro, afinal, você já tem milhões de dólares. Sua banda voltou porque existem muitos fãs que não tiveram oportunidade de vê-la antes dela acabar (há dois anos). Isso não será nem uma mentira completa, pois o dinheiro realmente não é a finalidade dos shows, apenas o meio com o qual você vai alcançar o fim almejado (mulheres)

62 - Dizer que é tudo pelos fãs = Mais dinheiro = Mais mulheres = o objetivo da vida.

63 - Não case. O casamento costuma atrapalhar o sexo grupal.

64 - Sexo grupal é mais importante que casamento.

65 - Saia com atrizes pornô. Elas são boas de cama e costumam aceitar sexo grupal mais facilmente. Inspire-se no Mötley Crüe.

66 - Se você não curtir atrizes pornô, saia com o elenco de S.O.S. Malibu. O Tommy Lee fez isso melhor do que ninguém.

67 - Grave um filme pornô com as atrizes do S.O.S. Malibu e lance comercialmente com a desculpa de que ele foi roubado da sua casa.

68 - Se possível, chame a Pamela Anderson para estrelar o filme. Se ela já fez isso com Brett Michaels e Tommy Lee, por que não faria com você?

69 - 69 é divertido, portanto pratique com freqüência.


Texto escrito por Carlos Eduardo Corrales para o site Delfos e enviado pelo Filhão. Dá-lhe, campeão!

22 de dezembro de 2006

Lições de relatividade.

Após 1 ano de ausência, voltei para a academia (ginásio em terras lusas, xifaizxfavôire). Para minha mente pareciam que eram apenas algumas semanas. No entanto, meu corpo discorda veementemente dessa idéia.

Essa é a pior pegadinha que a relatividade nos prega, quanto mais tempo experimentando o tempo, mais curto ele nos parece. Apesar disso ele mantem todas suas propriedades destruídoras atemporalmente.

A saída: dar menos tempo ao tempo.

20 de dezembro de 2006

Em defesa das festas natalinas.

If more of us valued food and cheer and song above hoarded gold, it would be a merrier world. - J. R. R. Tolkien

Então vamos nos emporcalhar de comida e rir como freiras bêbadas. Mas ninguém venha me dizer que assistir o especial de Natal do Roberto Carlos vale como "apreciar música".

14 de dezembro de 2006

Se eu soubesse essas quando tinha 7 anos...

Eis os cinco melhores xingamentos sobre tua mãe que já vi na vida(*):

1) Tua Mãe é tão gorda que quando ela vestiu uma camiseta com um grande H, um helicóptero veio e pousou nela!
2) Tua Mãe é tão gorda que quando ela saiu na rua com uma capa de chuva amarela, todos acharam que o Sol havia caído.
3) Tua Mãe é tão feia que quando ela deita na areia da praia, os gatos tentam enterrá-la!
4) Tua Mãe é tão velha que quando Deus disse "E que se faça a luz" ela apertou o interruptor.
5) Tua Mãe é tão gorda, que quando ela peida em cima do confeti é carnaval o ano inteiro!

Agora que nenhum moleque melequento se aproxime de mim, ou vai ouvir o que não quer.


(*) (Des)Conhecimento adquirido na Desciclopédia. Link gentilmente cedido pelo MegaZona.

13 de dezembro de 2006

Do rock'n'roll à maternidade.

Após seis meses, fui cortar o cabelo. Como eu não sou mulherzinha para ficar correndo atrás de cabeleireiro, mas também não sou caminhoneiro o suficiente para cortar minha juba em barbeiro de mercado central, acionei a Patroa e solicitei que ela marcasse um corte de cabelo, onde quer que fosse, mas com um cara (homem ou mulher) bacana.

Aparentemente, no universo feminino, pessoas bacanas são homens extremamente gays. Por causa desta minha falha de entendimento sobre o léxico mulheril na altura, acabei aterrisando em um salão "unissex" (que tem este nome por unir, harmoniosamente e homossexualmente, os sexos). Daí a luta:

Round 1
A primeira e mais óbvia conclusão, é de que em salões unissex não existem, em um raio de 520 metros, qualquer revista que tenha uma matéria sobre a qual meu cérebro tenho um resquício de interesse, por mais distante que seja.

Foram 20 minutos de completa e absoluta monotonia plena.

Round 2
Funcionários de salões unissex não lavam cabelos. Eles puxam, esticam, torcem, arranham, aplicam 354 tipos de produtos químicos altamente tóxicos, e espancam a sua cabeça. Mas não lavam cabelos.

Round 3
O "cara bacana" vai cortar o cabelo.
Pergunta a) Seu cabelo arma?
Pergunta b) Você prefere que repique seu cabelo atrás?
Pergunta c) É para deixar inteiro ou você prefere mais soltinho?

Como eu não acredito que cabelos andem armados, nem que meus cabelos sejam do tipo comestível para dourar, repicar, e deixar mais grudento ou soltinho, todas as perguntas não foram processadas por meu cérebro.
Ao ser confrontado por esta cultura absolutamente alienígena, olho em pânico para a Patroa, que aguarda pacientemente lendo uma revista Caras qualquer, e faço gestos de S.O.S.

Entrando no ring, ela dá respostas que aparentemente são coerentes no universo feminino.

Eu, isolado em minha visão limitada pelo paradigma masculino, vejo o inferno começar e acabar. Mudo.

A luta termina, e eu não consigo pronunciar nada. Apenas sou espectador do destino traçoeiro e cruel.

Resultado
Eu com um corte de mulher grávida e a Patroa dizendo que ficou muitíssimo bem cortado.

Mais seis meses correndo atrás do prejuízo, amiguinhos. Mais seis meses.

6 de dezembro de 2006

Vale-tudo é para mariquinhas. (II)



Mais um vídeo de auto-ajuda. Vamos às lições aprendidas, entendidas e apreendidas hoje:

1. "Show me the money!" é gay. O certo é "where's my money?". Certifique-se de estar usando um taco de golfe ao dizer isto.

2. Ao determinar prazos, esteja certo que é capaz de os cumprir.

3. Qualquer criança sabe que armas de fogo são perigosas.

4. Qualquer criança sabe que deve apontar uma arma de fogo em direção oposta ao seu próprio corpo.

5. Mais importante: qualquer criança sabe puxar um gatilho.

6. Cães têm esse nome por serem cães. Nunca confie no prazo dado por um cão.

7. Jogue mais golfe.

8. Bigodes falsos enganam por apenas 4 segundos.

9. Nunca empreste dinheiro a cães.

10. Nunca tome dinheiro emprestado de psicopatas.

5 de dezembro de 2006

Vale-tudo é para mariquinhas.

Coisa de macho é dar porrada em homens vestidos de galinha.



E não me venham falar que existe melhor sequência de luta na história da humanidade.

Ganha um doce quem conseguir citar todas referências cinematográficas.

Português para meganhas e malacos.

Na oração: " O X-9 me dedurou no tribunal ", o sujeito é:
(a) Um filho da puta e tem mais é que morrer.
(b) Oculto, mas eu vou atrás dele, pois esse filho da puta tem mais é
que morrer.
(c) Indeterminado, mas eu vou passar fogo nuns trastes de quem eu
estou suspeitando, pois esses filhos da puta têm mais é que morrer.
(d) Inexistente, pois eu já matei o filho da puta que tinha mais é que morrer.

Extraído de mail anônimo.
Anônimo, mas eu vou atrás desse filho da puta que tem mais é que morrer.

30 de novembro de 2006

Soldados da borracha. Governo de merda.

O jornal "The New York Times" desta semana mostrou uma parte da nossa história que parece esquecida. Após o ataque do Japão à base norte-americana de Pearl Harbor, durante a II Guerra Mundial, Brasil e Estados Unidos firmaram um acordo de fornecimento de látex, o que implicou no "alistamento" de vários "soldados da borracha". Nordestinos eram levados para a Floresta Amazônica com o "dever patriótico" de ajudar no pacto, e com a promessa de uma passagem de volta para casa, assim que o conflito terminasse. De acordo com o jornal, até hoje esses soldados vivem na floresta e esperam alguma consideração do governo brasileiro.

Os trabalhadores eram praticamente forçados a ir para a floresta. Ataques de animais selvagens, malária e hepatite são alguns dos fatores que comprovam as péssimas condições de trabalho. Longe de suas famílias e sem nenhum meio de comunicação acessível, ao final do conflito, aqueles que tentavam voltar às suas cidades de origem se viam endividados com os patrões dos campos de borracha, que não queriam perder a mão-de-obra barata.

Segundo dados oficiais do governo brasileiro, citados na reportagem, mais de 55 mil pessoas foram enviadas à selva. "Nós fomos trazidos aqui contra nossa vontade, jogados no meio da floresta onde sofremos muito. Eu estou perto do fim da minha vida, mas meu país deveria se importar comigo", declarou Alcidino dos Santos, 83 anos.

Na nova Constituição de 1988, foi criada uma lei de pensão aos soldados da borracha no valor de um salário mínimo, mas parte dos trabalhadores não recebe este benefício, pois não tem como comprovar seu trabalho.

Em 2002, um congressista do Amazonas tentou criar uma taxa que seria revertida aos soldados que viviam em estado de miséria, mas até hoje nada saiu do papel.

Texto extraído do blog do Sidney Rezende.



** N. do Z. **

Enquanto isso, o governo aprova pensões milionárias para os perseguidos da ditadura militar.

Em tempos de companheirismo estelar no governo, somente as vítimas da ditadura e outros vários milhares que colocam sua dita dura no meio das pernas do governo são ouvidos. Todos as outras perseguições, chacinas e invasões são esquecidas em nosso país de vergonha.

** EOF **

27 de novembro de 2006

Salve-se da TPM! Salve-se!!



Da série: Homens que Publicam este Vídeo Desejam Arrumar Problemas em Casa.

Vídeo-clipe não é música.

Tomar guaraná faz isso comigo. Numa dessas idas e vindas de Ipatingolândia, pensava em uma dessas frases contundentes e chocantes de um pensador tupi-guarani-azul-anil. Mas tão chocantes que eu não lembro o nome da figura, apesar de o admirar pacas (coisas do guaraná). A frase: "música não é de nenhuma forma em nenhum aspecto uma poesia; nunca poderá ser". Ok, amiguinhos, eu sei que isso só pode ofender quem é músico, coisa que não sou, mas não me choquei por estar puto da vida com o indivíduo, mas antes por concordar absolutamente com isso.

Isso é tão óbvio quanto afirmar que a escultura não é arte pictórica, mas todo compositor metido a semideus (e.g. Caetano Veloso, Gilberto Gil e Falcão) cisma que sua música pode ser encarada como poesia. Coisa de baiano.

Da mesma forma que na arte pictórica é ausente a terceira dimensão, do toque e do som, presentes no escultura, na poesia não existe a sonoridade da música (dã). Logo as artes são diferentes criando valores distintos e interpretações diversas (duplo dã). Tudo bem, eu sei que vocês não vão me dar o Nobel por isso. Aliás o pensamento nem foi formulado originalmente por mim, mas como o nome deste post denuncia, só uso esse argumento para analogicamente demonstrar que um vídeo-clipe não é música (ahá).

O vídeo-clipe está em um ramo artístico diferente. E pensando agora, guaranamente, só lembro de uma banda que tenha entendido este conceito, Pink Floyd em seu longa The Wall.

Coisa mais irritante é ver que quase absolutamente todas as bandas veêm o clipe como instrumento de promoção do disco, e não como elemento de continuidade artística em sua obra, a qual, diga-se de passagem, adquiriria nova dimensão e profundidade.

Então: ei, MTV, vai tomar no cu.


** Update (28/11/06) **

Recebi alguns mails me amaldiçoando. Valeu. Mas é bom ressaltar que num post sobre rock, se não levasse as coisas ao extremo, não seria um post sobre rock.
E sim, sei que existem ALGUNS clipes que aprofundam o trabalho musical. Pyramid Song dos Radiohead é fantástico (puxando a sardinha). E a evolução dos Gorillaz não pode deixar de ser notada. Mesmo que hoje nós achemos que o conceito seja pop, na época ninguém esperava nada daquilo.

** EOF **

13 de novembro de 2006

Guaraná Maracanã e suítes luxo-luxo.

A mãe da Patroa está na cidade. Veio passar uns dias na casa da Patroa e de sua irmã. Isto significa(ria) ficar sem divertimento no fim-de-semana, visto que o parque de diversões fica no quarto da Patroa, interditado pela visita da Sogrona.

Oras, como já dizia a música dos Titãs, quando eles ainda eram titânicos, "a gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte". Trocando em miúdos, a gente quer comida e sexo. Logo, lá fomos eu e a Patroa passar a noite de sábado em um hotel (com H, porque somos pessoas decentes e defensoras dos bons costumes). Juntamos um kit básico de sobrevivência à manhã de domingo e pegamos um quarto no Savassi Hotel.

Já tinha ficado antes no Savassi Hotel. Ah, tempos bons aqueles onde o quarto não só era jeitoso e bem decorado, como limpinho e com tudo funcionando. Desta vez a realidade era mais tosca e cruel. No corredor a luz não funcionava, no quarto o telefone estava mudo e as paredes sujas faziam parecer que o frigobar havia se incendiado em uma dessas manhãs de segunda, onde nada funciona direito.

Sou um camarada século XXI. Reclamo por meus direitos, daí lá fui dizer para o recepcionista que não queria ficar com o quarto. As condições eram insalubres para o trabalho árduo a ser empreendido. Para espanto meu e da Patroa, o recepcionista nem pestanejou, devolveu o nosso depósito na hora e nos deu um insincero boa noite.

Sem problemas, já tinha um plano na minha mente. Logo ali na Praça da Liberdade tem um hotel Íbis. Refugio para os turistas incertos, loucos por um quarto modelo Big Mac Hoteleiro. Padrão internacional de qualidade.

Aí as coisas começaram a ficar divertidas, já não haviam quartos "double" (maneira extremamente fashion de se denominar "quartos de casais" hoje em dia). O último tinha sido alugado fazia alguns minutos, segundo o atendente.

Pedi ao rapaz (talhado com simpatia McDonaldica hoteleira) que olhasse um hotel nas redondezas com um preço módico (schifaizfavôire). Em segundos tínhamos uma reserva no Mercure.

- Mercure? Onde fica?
- Ah, descendo três quarteirões na João Pinheiro e virando à esquerda na Guajajaras.

Eu já mencionei que estava sem carro? Pois é, decidi deixar em casa. Uma daquelas decisões tão inteligentes quanto a de Napoleão invadir a Rússia. Afinal, lá faz só um friozinho ameno, nada que homens de verdade não consigam superar.

Mas quando alguém lhe diz que é só descer a rua por três quarteirões e então virar a esquerda, espera-se que o destino esteja lá, logo depois da esquina, reluzindo de felicidade por você ter chegado. Sim, espera-se.

No entanto, enquanto descia a dita ladeira, a Patroa lembrava com seu mineirês incontido:

- Uê, mas lá do lado da Faculdade de Direito não lembro de ter hotel, não.

Dito e feito. Quando o camaradíssimo recepcionista indicou o caminho, esqueceu de avisar a distância que se teria de seguir na bendita Rua Guajajaras, visto que o hotel fica próximo ao Minas Centro (do outro lado do centro da cidade, para quem não conhece a bendita cidade montanhosa de Belo Horizonte). O homem devia ser paulista, e tudo era perto em sua mente sem noção espacial.

E não, nobre leitor, não foi por falta de aviso que o infeliz recepcionista McDonladico paulista nos indicou tal hotel na pqp, já havia esclarecido para ele que estava sem carro e queria um hotel nas redondezas (lembram?).

Contudo o brinde Kinder Ovo da noite ainda estava por vir, ao chegar arfando no hotel Mercure só estavam disponíveis suítes "luxo luxo" (maneira extremamente fashion de denominar "quarto double super-caro" hoje em dia). Mais uma informação errada de nosso recepcionista herói.

Àquela altura pagava o que fosse só para conseguir sentar o traseiro em uma cama com molas. Daí: menos R$ 153,00 na minha vida.

Mas, meus amigos, vejam bem, o quarto não era um quarto, mas uma sala com cozinha, área de serviço, duas suítes, terraço com jacuzi, e um quarto para dois solteiros. No total eram três banheiros e quatro TVs.

O equivalente desta história seria sair para comprar um Guaraná Maracanã pequeno, ser enganado pelo caixa da padaria do bairro vizinho, andar por todo o bairro, pagar o dobro, mas levar Coca-Cola super-litro para casa.

O final é similar nas duas histórias: a Coca ficaria sobrando na geladeira pela semana afora, perderia o gás e no final você jogaria todo o resto fora. No nosso causo, o potencial de transas é mais limitado que o número de cômodos disponíveis para uma noite de tórrida paixão.

10 de novembro de 2006

Amém.



Da restritíssima série: Peças Publicitárias Inteligentes.

Disclocure: I'm a bugsy buggy boogie-woogie Bug fan.

3 de novembro de 2006

Ary Toledo, a RIAA e a teoria da conspiração.

Após 927 downloads, o 4shared resolveu tirar do ar minha conta onde estava hospedada a versão digital do nosso clássico da cultura brasileira, O Vendedor de Bucetas, de Ary Toledo.

Não que isto seja realmente um problema, afinal já coloquei a mesma obra à disposição em outra conta no mesmo provedor de serviços.

No entanto, dada a impossibilidade de um arquivo tão pequeno e com um número não tão expressivo de downloads ao longo de três meses ter sido retirado do ar por excesso da cota de compartilhamento, resta a suspeita de que Ary Toledo, com o auxílio da Associação Norte-Americana da Indústria Fonográfica (RIAA), tenha censurado nosso entretenimento.

Ary, seu vendido, shame on you!

30 de outubro de 2006

Diogo Mainardi e a pasmaceira intelectualóide da imprensa nacional.

Diogo Mainardi oscila entre comentários brilhantemente argutos e a mais assoberbante falta de perspicácia e ética jornalística. Mas não posso dar estes atributos somente ao Dioguito, nestas eleições foi divertido e ao mesmo tempo assustador ler as revistas e jornais e perceber como os cronistas e analistas políticos têm uma visão estreita do Brasil. Não desejo, no entanto, pregar aqui que nossa mídia é míope, não sou apóstolo do óbvio. É fato que os jornais, TVs e rádios lentamente se tornaram ninhos onde apenas alguns pássaros cantam, os outros se bicam e tentam imitar as aves maiores.

Na imprensa, a formação da opinião cabe a poucos. E estes poucos apenas ecoam presunções construídas muito antes de sua chegada, ou mesmo cultivam idéias que apenas rotulam nossa sociedade de maneira simplista e efêmera.

Renovação no jornalismo é necessária, contudo isto não significa colocar recém-formados para testemunharem sobre o que não conhecem, mas sim arejar as mentes. Cronistas e articulistas deveriam levantar os traseiros de suas velhas cadeiras, e percorrerem o Brasil como os brasileiros fazem. Andar pelas ruas movimentadas, subir no ônibus lotado, percorrer os centros velhos das cidades sujas, e andar pelas ruas estreitas das cidades esquecidas do interior. Apenas do sabor e dissabor do cotidiano do comum brasileiro é possível surgir uma análise da realidade nacional.

As regras podem ser criadas em Brasília, mas a nação é construída pelas ações nas comunidades fora da capital federal. Logo, para testemunhar o país, o olhar deve passear longe dos corredores políticos e enxergar os efeitos práticos na sociedade.

Entretanto existe um exercício mais importante para os jornalistas: parar de ler seus próprios textos. Parar de ler até mesmo os textos de seus colegas. Para formar opinião, o indivíduo deveria antes criar a sua própria. Isto significa levantar o pescoço acima do oceano do bom-senso ordinário e procurar se aproximar da irresgatável e inenarrável verdade.

Concluo, o Jornalismo deveria namorar mais com a Filosofia [ponto final]

19 de outubro de 2006

Carajo! Yo perdí esto!!



Mas que buesta! Yo perdí el día supremo de expression latino-americana. El día en que tuedos somos uno en una grán putaria e suemos libres para declarar: Biba La Bamba!

Para ustedes que non hablam lo portuñol bisitem este linkito. Lá encontrarón liziones del portuñol en nibel avanzado. Mírem esto:

Un eziemplo del dialogo en El Batima Fiera de la Fruta:
- El Capanga: Chefito!
- El Coringon: Si, pero que no!
- El Capanga: Yo estoy cansado pra carajo, estoy solamente a trabajar nesta puerra!
- El Coringon: Yo necessito hacer algo para me alegrar yo soy el corigón, el pallaço, el joker!

Biba la Bamba!

17 de outubro de 2006

Nasceu!



Eu já disse que agora eu sou tio?

3,6 Kg de matéria e 50 cm de bacuri saindo por um buraco estreito e anatomicamente incorreto.
Cara! Como eu gosto de ser homem!

By the way, é menina e se chama Sofia.


Imagem obscuramente retirada de Wulffmorgenthaller.

16 de outubro de 2006

Você sabe que está de volta a Minas Gerais quando...

Ao terminar de narrar seu fim-de-semana em um sítio, em meio às metonímias prosopopéicas, o autor do causo encerra o épico inconfidente com o arroubo de prazer e luxúria: "E o doce-de-leite que eu comi? Nó! Trem bão dimais, sô!"

12 de outubro de 2006

Você sabe que está em Salvador quando... (II)

Você está transpirando em bicas e surge um sujeito ao seu lado dizendo: "Ééééééé, hoje tá até fresquinho".

6 de outubro de 2006

Para crianças precoces.



Para crianças que mataram Deus e se tornaram super-homens.
E não, crianças. Matar Deus não significa assassinar a sua professorinha de catecismo!
E não, porra! Esse super-homem não é vulnerável a kryptonita!!

Confeccionado no c o v e.

4 de outubro de 2006

Sobre tradutores argentinos e paulistas.



É impressão minha ou ninguém nunca chamou um tira de tira fora dos filmes policiais traduzidos pelos paulistas?

Filosofado em Macanudo.

3 de outubro de 2006

A melhor saída para o Brasil.

Depois de ver Clodovil eleito; Maluf, Collor, Genoino e Palocci reeleitos; e os dois titãs que irão degladiar no segundo turno das eleições presidenciais, concluo:
A melhor saída continua sendo o aeroporto internacional de Guarulhos. Muito embora o Galeão seja mais bonito.

Mas nada temam, ainda temos Suplicy, Buarque e Gabeira! E, mais importante, muita erva para fazer o Gabeira funcionar.

Que venham os sanguessugas!

29 de setembro de 2006

Saldo da tragédia.

5 considerações breves sobre o debate de presidenciáveis de ontem:

1) Cristovam Buarque tem um timer de microondas na cabeça. Quando terminava de responder às perguntas com 2 minutos cravados, e nunca atropelando Bill Bonner, só faltava bipar e dizer bom apetite.

2) Alckmin não é um banana mas um chuchu: sem sabor e de má aparência.

3) Heloísa Helena precisa arrumar um timer igual ao do Cristovam Buarque.

4) Heloísa Helena lava sua única camiseta branca com Omo. Sempre está branquinha. Shame on you, Helô! Omo é coisa de burguês!

5) Lula lulou, como esperado.

27 de setembro de 2006

Lula com a Força do povo.

Com mil demônios! A campanha presidencial está em reta final. Que pena.

Mas não se desespere, amiguinho, com este adesivador automático supimpa(*) você poderá fazer a sua parte e tornar a campanha de Lula ainda mais exuberante.

Que venham os dossiês!




(*) Contribuição do Filhão. Dá-lhe Campeão!

26 de setembro de 2006

15 de setembro de 2006

Use a imaginação. (II)



Imaginado em Macanudo.

Seis dedos de prosa enrolados em uma corrente.

Vamos deixar uma coisa bem clara, corrente só é boa quando amarra o volante do carro com o pedal do freio. (É, eu gosto de carros velhos e métodos anti-furto bizarros. Algum problema?)

Mas me meteram em uma embrulhada. Apontaram o dedo e jogaram os metais no meu pescoço. Então, para o absoluto desinteresse de todos, seguem seis pensamentos sobre mim, o universo, e tudo o mais.

A regra é seis:

1. Tenho uma pinta na planta do pé. Uma vez, quando tinha seis anos, brincava com Playmobiles (plural extremamente sofisticado de Playmobil). Daqueles Playmobiles de polícia. Tinha um cone de sinalização liliputiano, vermelho e branco no meio da bagunça. Quando corria para fazer outras pivetices, pisei sobre o cone, exatamente no lugar onde tenho a pinta. Doeu pra cacete.
Eu juro que essa pinta foi colocada em meu pé somente para que acontecesse isso em minha vida.

2. Quando tinha sete anos comecei a ler gibis de super-heróis. Quando tinha doze anos comecei a ler as páginas policiais de jornais. Quando tinha doze anos todos os super-heróis morreram.

3. Adorava bala de cereja, até que comi um vidro inteiro. Hoje não suporto nada que tenha cereja.

4. Cupuaçu é muito bom, apesar (ou por causa) da rima.

5. Se você tocar o disco da Xuxa de trás para frente um portal do inferno vai se abrir para você e sua família.
...
Eu avisei.

6. Eu odeio correntes internéticas e não passo este mal para frente.

7. Eu quebro regras, mas não sou adolescente nem vou votar na Heloísa Helena.

8. Aliás, qual é que é da Heloísa Helena com aquela camiseta branca?
Ela comprou as camisas num saldão de fábrica? Ou aquele tipo de camiseta é descartável e vem em caixa de 100 unidades?

14 de setembro de 2006

8 de setembro de 2006

O lado negro da Força.

As últimas palavras-chaves utilizadas no Google que apontaram para este blog:

05 Sep, Tue, 21:20:19 - Google: dep wellington fagundes musica
06 Sep, Wed, 21:03:08 - Google: divino resende de morais
06 Sep, Wed, 23:00:36 - Google: bucetas
07 Sep, Thu, 11:41:09 - Google: estrategia dinamicas para ganhar eleiçoes

O primeiro a falar "diga-me com quem andas que te direi quem és" vai levar bifa.

4 de setembro de 2006

Pérolas dos porcos.

Selecione 0,25% do eleitorado de sua cidade e mande carta sem nome de um dos seus adversários, de preferência o mais “desequilibrado emocionalmente”, dizendo que todos os dias ele atende a população em sua casa, distribuindo cestas básicas, remédios, material de construção e até ajuda a pagar algumas “pequenas contas”. Não escreva nada à mão e use luvas desde a compra dos envelopes até a postagem das cartas. De preferência envie as correspondência de uma outra cidade, onde seu adversário tenha qualquer tipo de ligação. O objetivo é humilhar o eleitorado do candidato rival para conseguir derrotá-lo com mais facilidade.
Essa é uma das dicas do livro Estratégias dinâmicas para ganhar eleições, um manual para conquistar votos e se manter no poder, escrito por um vereador de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Divino Rezende de Morais (PSDB). Ele assina a “obra” com o pseudônimo de Planjon R. Morales, tradução, segundo ele, de “divino” em grego. A tática, apesar de ser uma apologia aos crimes de falsidade ideológica e calúnia e difamação, parece ter funcionado com o vereador, que exerce seu quarto mandato consecutivo. Para facilitar o trabalho do seu leitor, Planjon dá inclusive o modelo da carta a ser enviada.
A capa do livro, uma versão tupiniquim de As 48 leis do poder, um best seller de auto-ajuda na área empresarial, sucesso de vendas no mundo inteiro, ilustra bem seu conteúdo. Nela, só aparecem moedas e cédulas de vários países. Não é para menos. Afinal, segundo Planjon, “nosso país foi colonizado basicamente por condenados e meretrizes e desde o início o ‘é dando que se recebe’ é levado a sério”. O livro também prega, sem nenhum constrangimento, a compra de votos, prática proibida pela legislação eleitoral e que pode inclusive acarretar a perda de mandato antes mesmo de a sentença tramitar na última instância.
Mas é preciso cuidados com os eleitores pedintes – alerta o autor – que dá conselhos sobre como o político ou candidato deve fazer para se desvencilhar deles. Um eles é não andar com dinheiro no bolso. O outro é fazer visita aos doentes internados em hospitais da rede pública, mas não demorar muito no leito para não precisar pagar a conta da farmácia”.
Entre outras pérolas do manual, que está em sua segunda edição, estão conselhos como “tenha sempre um laranja, aquele agente intermediário, que efetua, por ordem, suas transações perigosas, ficando oculta sua identidade” ou “tenha sempre uma conta bancária fora de sua cidade e mantenha seu nome no SPC/Serasa, para evitar ser fiador ou avalista de alguém”.

INVESTIGADO O autor do livro, pelo visto, segue à risca seus conselhos. Ele é um dos investigados pela Procuradoria de Combate a Crimes Praticados por Agentes municipais por irregularidades e fraudes em contratos firmados entre a Prefeitura de Vespasiano e empresas de marketing e eventos. A suspeita é de que Divino e o vereador José Winston (PP), irmão do prefeito Ademar José da Silva (PSDB), sejam os verdadeiros donos de uma das empresas – a Interativa Promoções, Eventos e Marketing Ltda, registrada em nome de laranjas. O diretor administrativo da empresa é o filho de Divino, Gilberto Rezende. Entre as verbas que teriam sido desviadas, estão recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef). Além disso, também responde a uma ação popular que pede o cancelamento e a devolução dos salários recebidos ilegalmente, devido a um aumento aprovado pela Câmara Municipal em 1997.

Matéria de Alessandra Mello, publicada no Estado de Minas de 3 de Setembro.

30 de agosto de 2006

Para onde vão os satélites quando ficam idosos.

A NASA sempre fala que vão cair no mar, mas a verdade é que os satélites vão pará no Pará, daí o nome do estado.




Com esta descoberta aumentam as pistas para se achar o local para onde vão as mulheres quando entram no banheiro.

29 de agosto de 2006

Não é fácil ser coelho.



Deve ser duro ser coelho no Japão. Ter de passar uma vida correndo de cenouras voadoras ansiosas por uma penetração anal não deve ser bolinho.

25 de agosto de 2006

24 de agosto de 2006

Onde fica o cu do mundo?

Fica em Cuba, ora bolas: http://www.cuba.cu/

E eu, ouvindo a quantidade de merdas que o Evo Morales fala, pensava que ficava na Bolívia. Nunca julgue um livro pela capa, amiguinhos. Esta é a moral de hoje.

O plano agora é conhecer Cuba antes que o Fidel morra e o McDonalds invada, deixando o cu peludo.

Elvis wanted! NOT DEAD!



Alguém viu esse puto? Hein? Hein? Esse puto! Tô afim de faturar umas milhas.

23 de agosto de 2006

A internet dá medo.



Só espero que as vacinas humanas sejam melhores que o Norton.

E vírus trojano nenhum entra em minha backdoor! Vamos deixar isso BEM claro!

19 de agosto de 2006

Quando o rock é roque.

Quase ia me esquecendo desse link, Cognatas. Onde você pode atestar que os Yeah Yeah Yeahs cantam "Eu fissurada, eu fiz suruba, eu fissurada, eu fiz suruba. Uêi, au. Hei menino onde o índio sai, cuspiu quem quer tome, tome!", e que os Ramones realmente urram "Roubaram a mãe, no Paraguai, não pára mais!".

15 de agosto de 2006

A prática leva à perfeição.

Para praticar em dias solitários: Homerun. Jogo que, se fosse traduzido por algum serviço de dublagens paulista, seria chamado Home com Rum* [soem os tambores].

Recomendado pelo Lula (não o presidente; de fato o presidente estaria mais para personagem central do Homerun do que seu indicador). Reprovado pelo meu fígado.


* Visite o site para entender o trocadilho.

O maior recrutador do Hizzbolah.

O governo de Israel.

7 de agosto de 2006

3 de agosto de 2006

O vendedor de bucetas.

Taí uma peça musical que engrandece os camelôs desse Brasil-sil-sil-sil:
http://www.4shared.com/file/2867020/708503f8/ary_toledo_-_o__vendedor_de_bucetas.html

E como dizia Amaral, o cabeça-de-área de Notredame, "crássico é crássico".

Tapa na cara. Tiro no peito. Míssil no tanque.



Acorde.
Reação desproporcional é um eufemismo pífio ante o massacre que está ocorrendo neste momento. Dentre todas as nações pertencentes à ONU somente duas, fora Israel, não repudiaram os ataques ao povo libanês.
Reaja. Não compre produtos destas nações. Assine listas. Debata na sala de jantar. Bote a boca no trambone. Mas, por favor, reaja.

2 de agosto de 2006

1 de agosto de 2006

Trilha sonora para a vida.

Post-rock é um termo que não aprecio. Este rótulo só me fez olhar com desconfiança inúmeras bandas que mais tarde vim a gostar. A justificativa para o uso desta expressão me parece falha, e mesmo as bandas não gostam de ser taxadas desta maneira. Mas é de uma banda quase exclusivamente chamada de post-rock que surge uma pérola, Earth is not a Cold Dead Place dos Explosions in the Sky.

É difícil não se emocionar com a densidade musical do álbum. De certa forma é melancólico, mas nunca deixa de mostrar um toque de esperança. As calmarias precedem ondas de calor encarnadas por um crescendo de guitarras.

São cinco faixas. Não existem vocais. Nada faz falta. É trilha sonora para toda uma vida. Ouça.

29 de julho de 2006

Vida fora da América?



Os americanos sabem que existe mais no planeta que não a América. Existem também o Alasca e o Havaí.

28 de julho de 2006

O alcance do poder de Bush.

Condoleezza Rice finalmente resolveu explicar porque Geoge W. Bush gosta tanto de armas grandes, potentes e destruidoras:



Como era de se esperar, tudo tem a ver com o tamanho do pau dele.

27 de julho de 2006

O mundo de Lelis no mundo.

Lelis é um ilustrador com um traço exótico e leve, de inspiração onírica e rédeas soltas. É um daqueles mineiros universais, que transcendem as montanhas entrando nelas. Suas obras são alegres e emocionantes.

E é de fato emocionante ver que agora Lelis tem seu blog. Imperdível.

26 de julho de 2006

Guerra nas Tosqueiras.

Visite Star Wars ASCIImation.

Pois é, estão refazendo todo o roteiro de Guerra nas Estrelas - Episódio IV em ASCII (i.e. pauzinhos, asteriscos, arrobas, etc.). Mas não julgue ainda o nível de atoísse dos caras, na mesma página existe um link para o diário de criação de um MOTOR A JATO CASEIRO!

Isto mesmo, amiguinhos. Quando você junta altos salários, ausência de sexo e excesso de falta do que fazer, o resultado sempre é tosqueira.

Agora vamos todos nos unir em uma corrente de oração pedindo que o pobre coitado do motor a jato e filmes ASCII consiga finalmente transar. Desta forma este mal será erradicado da Terra.

Amém.

25 de julho de 2006

Quando o rock encontra o livro.

Semana passada passei um link com centenas de livros on-line, hoje passo o site do pessoal responsável por boa parte das digitalizações das obras existentes no site da semana passada, o Coletivo Sabotagem.

Se o motor do rock'n'roll é o capeta e a luta contra o sistema, o Coletivo Sabotagem é uma organização hard-rock. Logo na página inicial tem a seguinte advertência:

"O Coletivo Sabotagem responsabiliza a indústria cultural pelo conteúdo publicado neste site. Se não vivessemos sob um sistema essencialmente excludente estes conteúdos não estariam aqui."

Então vamos colocar Rage Against the Machine na vitrola e invadir o site!

22 de julho de 2006

Para matar disléxico de raiva.

Cortesia de Sayuri Von Riel: http://www.4shared.com/dir/573736/49789379/sharing.html
São e-books e apostilas para download a dar com pau.

Acho graça no pessoal que usa computador para trabalhar o dia inteiro e depois vem me dizer que não consegue ler livro no computador, "Cansa as vistas".

Cansa as vistas é ver tanta viadagem, isto sim. Vai lá e pega o livro logo, ô Zé!

20 de julho de 2006

Rações Jedai. Que A Força esteja com seu cão.

Bisbilhotando Uma dama não comenta encontrei referência a esta pérola da indústria Rebelde brasileira, as rações caninas Jedai.

Percebendo o perigo, entrei em contato com os fabricantes através do formulário de contato deles.

-----
Prezados(as) Srs(as).,

Recentemente tomei conhecimento da fabricação das rações caninas Jedai por parte de sua empresa. Entendo que através desta a concentração midiclhoriana dentre os cães irá se elevar consideravelmente, além disso, pelo nome dado ao referido produto, imagino que dogmas Jedi estão igualmente incorporados ao preparado causando, desta forma, um desequilíbrio na Força.

No intuito de contornar este problema, proponho que os senhores(as) comercializem ração felina Sith. Gostaria, no entanto, que houvessem esforços na tentativa de evitar que chifres crescessem nos pobres animais, bem como que suas pelagens não se enegrecessem ou enrubescessem, uma vez que, como gatófilo, não gostaria de ver meus animais com aparência tão anti-social.

Entendo que esta sugestão possa ser ousada, dada a má reputação presente dos Siths. Contudo gostaria de lembrar que a propaganda Rebelde nos filmes Guerra nas Estrelas (Episódios I a VI) não pode ser tomada como a verdade definitiva acerca o assunto. Cabe lembrar que o lado perdedor de conflitos interplanetários normalmente tem sua reputação manchada por atos muitas vezes inexistentes. Recomendaria consulta a filósofos renomados para arejar as idéias e mitos patentes.

Certo de sua atenção,

[Assinatura]
-----

Não houve resposta do fabricante até agora.

Mas o melhor mesmo foi comentário de Gabriela Cavalcante: "sabe como se chama o gato da foto do pacote da ração sith? darth miaul... *han solo de bateria*".

19 de julho de 2006

Lista dos sanguessugas.

Já estão com as tochas e ancinhos nas mãos?
Então vamos começar a perseguição.

Taí a lista da máfia das ambulâncias conforme o site do Senado.

*****

Parlamentares anteriormente notificados

Dep. Almeida de Jesus (PL-CE)
Dep. Benedito Dias (PP-AP)
Dep. Wanderval Santos (PL-SP)
Dep. Cabo Júlio (PMDB-MG)
Dep. Edir de Oliveira (PTB-RS)
Dep. Fernando Gonçalves (PTB-RJ)
Dep. Íris Simões (PTB-PR)
Dep. João Caldas (PL-AL)
Dep. Lino Rossi (PP-MT)
Dep. Nilton Capixaba (PTB-RO)
Dep. Pastor Amarildo (PSC-TO)
Dep. Paulo Baltazar (PSB-RJ)
Dep. Paulo Feijó (PSDB-RJ)
Dep. Pedro Henry (PP-MT)
Dep. Teté Bezerra (PMDB-MT)

Parlamentares notificados nesta terça-feira (18)

Dep. Alceste Almeida (PTB-RR)
Dep. Almir Moura (PFL-RJ)
Dep. Amauri Gasques (PL-SP)
Dep. Benedito de Lira (PP-AL)
Dep. Cleonâncio Fonseca (PP-SE)
Dep. Coriolano Sales (PFL-BA)
Dep. Dr. Heleno (PSC-RJ)
Dep. Edna Macedo (PTB-SP)
Dep. Eduardo Gomes (PSDB-TO)
Dep. Eduardo Seabra (PTB-AP)
Dep. Elaine Costa (PTB-RJ)
Dep. Enivaldo Ribeiro (PP-PB)
Dep. Irapuan Teixeira (PP-SP)
Dep. Isaías Silvestre (PSB-MG)
Dep. Itamar Serpa (PSDB-RJ)
Dep. Jéferson Campos (PTB-SP)
Dep. João Batista (PP-SP)
Dep. João Correia (PMDB-AC)
Dep. João Mendes de Jesus (PSB-RJ)
Dep. José Divino (PRB-RJ)
Dep. José Militão (PTB-MG)
Dep. Júnior Betão (PL-AC)
Dep. Marcelino Fraga (PMDB-ES)
Dep. Marcos Abramo (PP-SP)
Dep. Mário Negromonte (PP-BA)
Dep. Maurício Rabelo (PL-TO)
Dep. Nélio Dias (PP-RN)
Dep. Neuton Lima (PTB-SP)
Dep. Osmânio Pereira (PTB-MG)
Dep. Raimundo Santos (PL-PA)
Dep. Reginaldo Germano (PP-BA)
Dep. Reinaldo Betão (PL-RJ)
Dep. Reinaldo Gripp (PL-RJ)
Dep. Ribamar Alves (PSB-MA)
Dep. Ricardo Estima (PPS-SP)
Dep. Ricarte de Freitas (PTB-MT)
Dep. Vanderlei Assis (PP-SP)
Dep. Vieira Reis (PRB-RJ)
Dep. Wellington Fagundes (PL-MT)
Dep. Laura Carneiro (PFL-RJ)
Dep. Zelinda Novaes (PFL-BA)

Senador Ney Suassuna (PMDB-PB)

Rock sujo.



E a boa notícia é que Bruno Aziz Lima voltou a lançar mais algumas tiras Rock Sujo.
Demorô.

18 de julho de 2006

O malvado bondadoso.



Malvados é a melhor tira em produção no momento. Pegam pesado para mostrar o ridículo do trágico. Necessário para qualquer mente crítica.

17 de julho de 2006

A Vida É Cheia de Som e Fúria

Porrada! Puro roquenrou. Não podia esperar nada menos e nada mais de uma peça que traz o texto de Alta Fidelidade (livro de Nick Hornby) para o teatro.

Porrada, porque é contundente nas atuações, montagem e direção. Porque tem três horas de peça. Porque tem o melhor do rock. Porque é um tema complicadíssimo de ser abordado, falado e ouvido. Porque o texto é longo, ácido e afiado. Porque mistura as linguagens da música e do cinema com o teatro. Porque tem sexo, mentiras e video-tape.

Estou tão empolgado com a peça que não vou falar mais nada. Quem quiser que confira. É porrada!

.P: Do que o Z3 está falando?
.R: Da peça A Vida É Cheia de Som e Fúria encenada no Grande Teatro do Palácio das Artes em 17 de Julho.

.Link: website oficial da peça.

15 de julho de 2006

Para o alto e avante!

Creio que para minha geração a imagem de Superman estará para sempre ligada ao filme de 78. A mistura da figura de Cristopher Reeve com a música de John Williams preservou para a posteridade o símbolo do homem de aço. Seria impossível conceber um novo filme da franquia Superman sem mencionar os anteriores, por isso fiquei alegremente surpreso quando Bryan Singer (diretor) mencionou que Superman - O Retorno seria uma continuação dos dois primeiros filmes. No entanto não esperava que no novo filme se tivesse tanto cuidado para ser fiel aos predecessores.

Bryan Singer se preocupou com todos os detalhes possíveis de continuidade. Até mesmo o trator e o carro da fazenda dos Kent são os mesmos do primeiro filme. Em alguns momentos, quando Brandon Routh (novo ator que encarna o Superman) se veste de Clark Kent, parece que estamos assistindo a uma gravação de um centro espírita, tamanha sua semelhança com Cristopher Reeve. É assustador. Mas não é só isso, existem dezenas de pequenas piadas e fatos escondidos que fazem menção aos filmes anteriores. Isto torna quase obrigatório ter assistido os longa-metragens de 78 e 80 para entender todo o novo filme.

- É um pássaro? É um avião? É o Cristopher Reeve?!
- Não! É o Brandon Routh!
- Puta que pariu! É iguarzim!!

Muita gente tem reclamado da trama do filme. Igualam o plano maquiavélico de Lex Luthor às barafundas de Dick Vigarista. Bem, se você for assistir a um filme de Superman querendo pensar muito sobre a história, você está indo no filme errado, meu amigo. Estamos falando de um cara que voa e atira raios pelos olhos enquanto sai por aí em suas desventuras vestido com uma cueca vermelha sobre as calças azuis. Superman - O Retorno é um filme para a família, como foram os anteriores. Isto significa que a trama não tem muita complexidade nem violência. E quer saber? Isto é um alívio. Se eu quisesse ver porrada toda hora ia para um presídio controlado pelo PCC. Eu quero entretenimento, e isto o filme proporciona com sobra.

Falando em Lex Luthor, taí uma coisa que não gostei no filme. O papel foi escrito sobre o ícone montado por Gene Hackman nos filmes anteriores obrigando o novo ator, Kevin Spacey, a muitas vezes simplesmente copiar a atuação de seu antecessor. Antes tivessem chamado Gene Hackman para encarnar novamente o vilão.

Outro ponto de nota são os efeitos especiais. São eletrizantes as perspectivas utilizadas para mostrar a ação. Algumas vezes o espectador é colocado como alguém testemunhando os fatos nas ruas de Metrópolis, em outras é adotado o espetáculo visual da revista em quadrinhos. São inúmeras as referências fotográficas à graphic novel Paz na Terra de Alex Ross e Paul Dini.

Ok, a essa altura vocês já entenderam que eu achei o filme formidável. Enuff z'nuff. Polegares para cima, Superman está de volta!

14 de julho de 2006

Nando Reis e Os Infernais em Julho.

Não é que eu não goste de Nando Reis, eu até ouço as músicas dele se aparecerem acidentalmente em alguma rádio. Mas ir no show do cara? Nã-nã-ni-nã-não. Não iria, não fosse a convocação d'A Patroa.

Convocação atendida, fui. Show no sábado, no meu adorado Chevrolet Hall, local também conhecido como Salão da Cacofonia.
Chegando lá começo a reparar no movimento. Pessoas de sobretudo e casaco alinhado, mulheres maquiadas, menininhas acompanhadas por mães cocotas, quarentões escoltados por garotinhas e muita gente careta.

Eu: Hmm... Isso aqui vai ser mesmo um show de roque?

Ela: Vai.

Não que eu achasse que fosse ser muito diferente, mas o sujeito é um ex-titãs. Pensava que fosse aparecer uma turminha um pouquinho mais descolada.
Na pista tinha uma porrada de cadeiras. Todo mundo sentadinho.

Eu: Hmm... Vai acontecer um show de roque mesmo?

Ela: Vai.

Ela encontra conhecidos. Nos SENTAMOS na arquibancada, e nos preparamos para a apresentação.

Ela: Nesse show ele vai tocar as músicas do CD novo. Eu ainda não conheço, mas é lentinho.

Eu: Ah - eu sempre falo "ah" quando percebo que minha bota está afundando cada vez mais na merda.


Show começa. Tocam direitinho. Banda ensaiada, boa capacidade técnica. Iluminação ok.
Nando Reis surta com um passinho a la Mick Jagger no palco. As duas primeiras músicas são ok (nunca me pergunte nome de alguma música de Nando Reis).

Eu (pensando): Tá. É um pop maneiro. Consigo sobreviver a isso.

Eis então que começa uma sequência de três loooongas músicas com letrinha tosca e melodia chinfrim. Foi aí que notei, duas fileiras abaixo na arquibancada tinha uma mulher com cara de professora de maternal, que se vestia como uma, e, mais importante, dançava como uma, fazendo aqueles passinhos com a mão, enquanto canta exprimindo com cada músculo facial as palavras.
Caiu a ficha. Este era o disco do Nando Reis para se tocar nos maternais.

Eu (pensando): Ah.

Ela com cara de paisagem.

Passado o momento jardim de infância, Nando Reis resolve fazer o flashback obrigatório em todo show pop e dispara os sucessos cantados pela Cássia Eller. É então que você entende porque foi com a Cássia Eller que as músicas fizeram sucesso, e não com ele. A voz do homem parece o de uma menininha, enquanto a Cássia tinha aquele vozeirão de macho-pra-caralho. Você sente falta de um homem cantando no palco, as músicas dele não são para vozes femininas.

Acho graça em quem fala que o Nando Reis faz boas letras, é uma tosqueira sem fim. Mas as melodias são ótimas. Conseguem mesmo lhe pegar. É um popzinho bem acabado. Em algum momento lá pra frente meu pé começou a seguir o ritmo da música.

Fim de show. Tocam Beatles no som ambiente. Foi a melhor parte.


.P: Do que o Z3 está falando?
.R: Do show do Nando Reis e os Infernais no Chevrolet Hall em 8 de Julho.

.Nota: Eu gritei "Toca Raul!" no meio do show. Ele não tocou.

12 de julho de 2006

Rendam-se E morram!

Fazia um bom tempo que não aparecia nada tão saudável para assistir na TV quanto Battlestar Galactica. Acabei de assistir ao piloto da série (com 3 horas de duração) e não consegui deixar de bisbilhotar mais alguns capítulos da primeira temporada. Podem falar de Lost e 24 Horas à vontade, mas este seriado tem tudo que estes outros não têm e muito mais. Roteiro excelente, direção magnífica, atuações condizentes e, claro, efeitos especiais espetaculares. Conseguiram pegar um seriadozinho sci-fi chinfrim de final dos anos 70 que vinha na esteira do sucesso de Guerra nas Estrelas e transformar numa maravilhosa e intrigante série.

Diversificação foi a receita. O mundo de BSG é maravilhosamente apresentado sem causar confusões à medida que dezenas de personagens extremamente interessantes são introduzidos em doses homeopáticas. Isto permite aos roteiristas criarem plots e cenários, bem como definir moods bastantes diversos em cada episódio. Existe mistério, mas não é aquela coisa chata de Lost que nunca se resolve. Existe ação, mas sem a eterna repetição de receita de 24 Horas. Mais importante, existe ficção, mas sem tentar ser pedante como Jornadas nas Estrelas, ou fantasioso como Guerra nas Estrelas. Vale mencionar também que a trilha sonora é excelente.

Se nada disso lhe convenceu, pense em mulheres gostosas dando tiros em naves espaciais. Algumas mulheres estão atrás de robôs assassinos, outras são robôs assassinos (mas o importante mesmo é ter mulheres e robôs assassinos). Agora convenci?

7 de julho de 2006

Profecia do acontecido. (IV)

Sinal dos tempos:

"No fim dos anos 80, foi perguntado a um chefão da Nintendo se os videogames não estavam influenciando as crianças dessa geração.

"É claro que não. Se o Pac-Man tivesse todo esse poder, estaríamos todos correndo em salas escuras, escutando músicas eletrônicas repetitivas e mastigando pílulas mágicas." (Kristian Wilson, 1989.)

Poucos anos depois surgiram as raves, o techno e o ecstasy.

(NR: Extraído de um e-mail que recebi. Eu sei que não tem nada a ver e pode nem ser real, mas é o tipo de informação besta ó-te-ma de espalhar. Certo, mano?)"

Tava no Megazona.

6 de julho de 2006

5 de julho de 2006

Profecia do acontecido. (II)

Agora que a copa acabou conosco, sobram reflexões verde-amarelas nas fachadas dos prédios e junto das naftalinas nas gavetas:

"Sabe o que acho engraçado nesses caras que enchem a boca pra reclamar que o brasileiro só veste as cores da bandeira durante a Copa, que o país está nessa situação e ninguém faz nada, nem lembra dessa nação maravilhosa quando a corrupção grassa etc etc?
Eles acham que os patriotas de ocasião são os outros."

- Arnaldo Branco

2 de julho de 2006

Profecia do acontecido. (I)

Marcelo Nova constatou:
"Não tenho nada contra "viado", tenho contra a "viadagem." Oscar Wilde era um gênio que gostava de dar a bunda. Só que agora, estão pensando que todo indivíduo que dá a bunda é gênio."

Quando Marcelo Nova está certo, o mundo está TODO errado.

29 de junho de 2006

Los Porongas e la mulita bien vendida.

Essa mula que deram pro Evo Morales em troca do Acre até que foi um bom negócio. Ouçam Enquanto uns Dormem, álbum de debute da banda acreana Los Porongas. Vale a pena. Dou dois motivos para isso:

(1) Porque é uma banda que prova a existência de vida fora do eixão Salvador/São Paulo (Rio/São Paulo é só em ponte-aérea mesmo; em música a baianada está sempre presente).

(2) Eles seguem o caminho do bem mesmo tendo uma influência tão forte de Secos e Molhados, Mutantes e companhia. É um troço extremamente complicado seguir essa moçada. Dou dois motivos para isso:
(2.1) Sempre tem o risco de se transformarem em novos Caetano Veloso e Gilberto Gil depois de velhos. Ou seja, se tornarem um saco! Mas um saco chutado pelo Roberto Carlos (jogador). Mas pelo Roberto Carlos (jogador) num dia raivoso.
(2.2) O segundo risco é o de viajarem nas letras e esquecerem o rock para trás.

Los Porongas têm um lirismo bem forte, mas o rock está lá, inteiro. Dou duas provas disso:
(A) Lego de Palavras.
(B) Retrato Calado.

Não sei se os caras são chatos como o Caetano. Mas também não interessa, desde que não apareçam no meu jornal falando asneira.

Missão cumprida. Duas referências para vocês:
(I) o website da banda, lá vocês podem ouvir as músicas.
(II) um link interessante para pesquisar.

27 de junho de 2006

Bidê ou Balde. Penico ou prato?

Bidê ou Balde está na praça há algum tempo, não fazia ideia. Fui ouvir o álbum Se Sexo É O que Importa, Só o Rock É Sobre Amor! há menos de um mês. Adorei algumas faixas, odiei outras, mas na média o disco me conquistou. Só então vim a saber que os caras já participaram de um álbum de coletâneas da MTV (polegares para baixo), e a melhor faixa deles, E Por Que Não?, está colocando entidades defensoras dos direitos da mulher e da criança em polvorosa (polegares para cima).

Eles realmente têm um faro um tanto explosivo para letras. Olha só isso aqui:
"Eu estou amando a minha menina/ E como eu adoro suas pernas fininhas/ Eu estou cantando pra minha menina/ Pra ver se eu convenço ela a entrar na minha/ E por que não?/ Teu sangue é igual ao meu/ Teu nome fui eu quem deu/ Te conheço desde que nasceu"

Isso aí é cantado com um rock de primeiríssima rolando no fundo. É coisa do capeta mesmo. Lorde Satã se borrando de rir nas beiradas do inferno. Muito bom!

Basta ouvir a música para saber que essa merda não faz apologia de nada, apenas diverte. É rock, Deus do céu! Mas existe sempre algum militar de plantão pronto para implantar a censura novamente.

Bidê ou Balde me surpreendeu pela riqueza musical e capacidade técnica. Com tanta banda aparecendo ultimamente, alivia saber que existe alguém que sabe aquilo que está fazendo no cenário musical, ainda mais quando se fala de pop. É, eles são pop. Mas tão pop quanto o Ultraje a Rigor seria, então é muito mais que digerível.

As influências da banda são muito variadas, e cada música é um caso à parte. Como não escrevo para revista, não vou dizer mais porra nenhuma para vocês. Só quero dizer: ouçam este álbum, vale a pena.

Se é penico ou prato? Depende do lado do sistema digestivo que você busca favorecer.

Mostrando o pau que matou a cobra:
.site da banda.
.entidades pagando pau.

20 de junho de 2006

Para Göebbels sorrir.

Quantos negros e mulatos você vê nas propagandas de TV diariamente? Pois basta falar em futebol que os publicitários parecem se lembrar deles. Agora, nos comerciais da copa, parece que a TV finalmente tenta representar a real diversidade racial brasileira. Mas não se iluda. Tão logo acabem os jogos, voltaremos à política publicitária ariana, com inserções esporádicas de atores negros e mulatos para provar que os publictários não são racistas.

No Brasil se desenvolveu a percepção de que racismo é anular ou proibir a atuação de um indivíduo de determinada raça em certa atividade. Esquecem que a principal marca do racismo é a segregação. A criação de guetos reais, virtuais ou culturais.

Por isso está tudo bem se um rato de agência lembrar da raça negra somente quando falarem de futebol. Está tudo bem se o Brasil for multi-étnico durante a copa e pálido no dia-a-dia. Não é segregação, os crioulos aparecem na TV quando se fala em futebol, samba e capoeira.

Esta hipocrisia tem se tornado marca cultural brasileira. Não é sexismo, por exemplo, existirem delegacias para mulheres. Admite-se que os homens não conseguem lidar com crimes contra a mulher, e ao invés de se educar os policiais, criam-se novos estabelecimentos só para mulheres. Solução semelhante foi adotada na África do Sul durante o apartheid. Delegacias e tribunais somente para negros. Mas para a maioria das pessoas este exemplo que dou não vale, afinal não estamos falando de cor de pele, mas de genitálias...

Bem, voltando aos comerciais, só posso pensar que os publictários de hoje querem muito homenagear a um dos mestres em sua profissão, Joseph Göebbels.

Vamos. Vamos! Ria logo Göebels, sua bicha afetada. Faça um publictário feliz.

15 de junho de 2006

Tênis e pênis, cada um tem o seu.

Esta é a Nike Mercurial Vapor III, a chuteira do Ronaldinho. Para desenvolvê-la foram gastos alguns milhões de dólares, o próprio jogador-fenômeno foi fazer testes em laboratório, experimentou algumas dezenas de protótipos até sua aprovação final.

Ela dá bolhas no pé.



Este é o meu tênis TODO ESTRELA (*). Desenvolvido no Paragua, produzido na China por alguns centavos de dólar. Tava numa lojinha na 25 de Março por 25 paus, levei por 20 após árdua negociação.

Não deu bolhas no meu lindo e peludo pé.




P.: O que estes dois tênis têm em comum?
R.: Ambos são utilizados por pessoas que estão acima do peso ideal.

(*) Todos os direitos não reservados. Pode piratear à vontade. Aliás, já estão fazendo isso mesmo...

12 de junho de 2006

MC Vader.

Fala a verdade, Darth Vader é um pusta pop-star. Não bastasse seu carisma hitleresco, aquele modelito glam rock e atitude poser, o camarada arrasa nas picapes, e destrói na condução de sinfônicas.

Longa vida ao império!

8 de junho de 2006

Os 100 melhores solos de guitarra - Parte 2.

Leia a Parte 1.

Tá tudo errado! Tudo errado!
Metallica em 5°? Santana em 93° atrás de uma do Oasis e do Alice in Chains? PUTA QUE PARIU!!! Mas que porra é essa?!!
E ainda por cima o solo mais foda do Jimmy Page nem é em Stairway to Heaven.

Eu vou ser obrigado a ensinar para uma revista de especialistas em guitarras como se faz uma lista dos melhores solos de guitarra. Para isso, primeiro vamos criar regras sábias:

a. O gênero é roqueenrou. Nada de blues. Isto descarta B.B. King e outras lendas da guitarra.
b. Só nomes mundialmente reconhecidos, senão vira lista para iniciados, aí fica chato.
c. Não pode haver repetição de artistas, senão a lista ia ficar só por conta de Jimmy Page e Jimi Hendrix.
d. Esta é a minha lista super-correta, nem vem que não tem. Achou ruim? Faz a sua, seu bicão.
e. Como não sou à tóa na vida, a lista vai ser só um top 10. Também não vou ensinar tudo, né?

Com regras definidas, finalmente podemos ir à dita cuja:

10. Van Halen, Eruption: Eu sei, parece uma puta viadagem, mas que é um solo de guitarra do caralho, é. Aliás, essa coisa de rock poser nos anos 80 rendeu muitos solos bons.

09. Guns'n'Roses, Paradise City: Guns'n'Roses é roquenrou. Claro que tem muita gente que não gosta deles desde que o sucesso subiu à cabeça dos caras, mas isto não pode minimizar a música deles. Slash podia ser 50% marketing, mas os outros 50% ainda tocavam pra caralho.

08. Deep Purple, Highway Star: Acho que esse é unanimidade. Tanto na colocação como na posição.

07. Eric Clapton , While my Guitar Gentle Whips: Chora guitarrinha. Chora, que eu fico alegre.

06. Dire Straits, Sultans of Swing: Você pode até achar Mark Knopfler um bundinha. Mas o cara assassina a guitarra nessa música. A versão ao vivo no Alchemy é de arrepiar os cabelos do sovaco.

05. Pink Floyd, Comfortably Numb: David Gilmour fez solos imortais com o Pink. É até cruel escolher somente uma música. Fica aquela que é a mais popular, mas nem por isso cansativa.

04. Queen, Bohemian Rhapsody: Isto é rock! Diversão, diversão, pura diversão. Queen quebrou todas as barreiras do absurdo e do kitsch e fez a verdadeira e literal ópera rock, com um solo monstro de Brian May de quebra. Genialidade pura.

03. Stevie Ray Vaughan, Texas Flood: Vamos, repita comigo, "Ave, Stevie! Aaaave, Stevie!"

02. Jimi Hendrix, All Along the Watchtower: Inacreditável como a Total Guitar deixou ela em 51°. Uma puta covardia! Nós estamos falando de Jimi Hendrix! Mostrem mais respeito! Pelo boné do guarda!!!

01. Led Zeppelin, Since I've Been Loving You: Nesse solo Jimmy Page consegue arrancar lágrimas até do capeta. Eu sei que a regra era nada de blues, mas não disse nada sobre Blues Rock... :P.

Puta merda, eu tinha pensado numa porrada de bandas e guitarristas, Ten Years After, AC/DC, Black Sabbath, Steve Vai, Satriani, Neil Young, etc. Mas no final ficou o velho feijão com arroz que sempre se aparece na TV. Acho que está na hora de rever meus conceitos...

Os 100 melhores solos de guitarra - Parte 1.

A Total Guitar de Maio (n° 148) saiu com uma seleção do que os leitores deles acham ser os 100 melhores solos de guitarra do rock. Deu algum trabalho mas eu achei a relação no Google. Confira a lista abaixo. Como isto é bem longo, meus comentários vão num próximo post.

100 Pantera - Cemetry Gates
99 The Black Crowes - Hard to Handle
98 Sum 41 - In Too Deep
97 The Jam - Strange Town
96 Rage Against the Machine - Killing in the Name
95 Stereophonics - Doorman
94 Gene Vincent and the Blue Caps - Race With the Devil
93 Santana - Smooth
92 Mr. Big - Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)
91 Radiohead - Just
90 ZZ Top - Sharp Dressed Man
89 Van Halen - Outta Love Again
88 John Mayall & The Bluesbreakers - Double Crossing Time
87 Manic Street Preachers - Motorcycle Emptiness
86 Slayer - Angel of Death
85 Dinosaur Jr. - Freak Scene
84 Dire Straits - Brothers in Arms
83 Oasis - The Importance of Being Idle
82 Guns N' Roses - Novemeber Rain
81 Carpenters - Goodbye to Love
80 Ozzy Osbourne - Over the Mountain
79 Metallica - Master of Puppets
78 Alice in Chains - Man in a Box
77 Stevie Ray Vaughan and Double Trouble - Pride And Joy
76 Megadeth - Symphony of Destruction
75 The Jimi Hendrix Experience - Hey Joe
74 Pink Floyd - Money
73 Derek and The Dominos - layla
72 Deep Purple - Highway Star
71 Nirvana - Smells Like Teen Spirit
70 Fleetwood Mac - Need Your Love So Bad
69 The Kinks - You Really Got Me
68 The Beatles - And Your Bird Can Sing
67 The Darkness - I Believe in a Thing Called Love
66 Television - Marquee Moon
65 David Lee Roth - Goin' Crazy
64 Led Zeppelin - Whole Lotta Love
63 Jeff Beck - Cause We've Ended As Lovers
62 Neil Young - Like a Hurricane
61 The Doors - Light My Fire
60 Pantera - Cowboys From Hell
59 Elvis Presley - That's All Right
58 Metallica - One
57 Suede - We Are the Pigs
56 Soundgarden - Black Hole Sun
55 Funkadelic - Maggot Brain
54 B.B. King - Sweet Little Angel
53 Jane's Addiction - Three Days
52 Velvet Revolver - Fall to Pieces
51 Jimi Hendrix - All Along the Watchtower
50 Joe Satriani - Surfing with the alien
49 Iron Maiden - Phantom of the Opera
48 The Stone Roses - I Am the Resurrection
47 Johnny Cash - Folsem Prison Blues
46 Pink Floyd - Time
45 Van Halen - Jump
44 Europe - The Final Countdown
43 Queen - Killer Queen
42 Oasis - Supersonic
41 AC/DC - You Shook Me All Night Long
40 The Beatles - While My Guitar Gently Weeps
39 Metallica - Nothing Else Matters
38 Aerosmith - Love in an Elevator
37 Thin Lizzy - Whiskey in the Jar
36 Stray Cats - Stray Cat Strut
35 Red Hot Chili Peppers - I Could Have Lied
34 The Doors - People Are Strange
33 The Only Ones - Another Girl,Another Planet
32 Black Sabbath - War Pigs
31 Steve Vai - For the Love of God
30 Guns N' Roses - Sweet Child of Mine
29 Dire Straits - Sultans of Swing
28 Deep Purple - Smoke on the Water
27 Prince & The Revolution - Let's Go Crazy
26 Pearl Jam - Alive
25 Stevie Ray Vaughan - Texas Flood
24 Extreme - Get the Funk Out
23 Ozzy Osbourne - No More Tears
22 Pantera - Floods
21 Radiohead - Paranoid Android
20 Trivium - Gunshot to the Head of Trepidation
19 Lynyrd Skynyrd - Freebird
18 Chuck Berry - Johnny B Goode
17 Rage Against the Machine - Know Your Enemy
16 Bon Jovi - Wanted Dead or Alive
15 Dire Straits - Tunnel of Love
14 The Darkness - Growing on Me
13 Avenged Sevenfold - Bat Country
12 The Beatles - Something
11 Pink Floyd - Comfortably Numb
10 Queen - Bohemian Rhapsody
9 Free - All Right Now
8 Ozzy Osbourne - Crazy Train
7 The Jimi Hendrix Experience - Voodoo Child (Slight Return)
6 Cream - Crossroads
5 Metallica - Enter Sandman
4 Eagles - Hotel California
3 Guns N' Roses - Paradise City
2 Van Halen - Eruption
1 Led Zeppelin - Stairway to Heaven

7 de junho de 2006

A coleira.

Cada geração tenta dominar e conter a seguinte. O discurso de quem fica passado é sempre o mesmo, "no meu tempo as coisas eram melhores". Sei bem disso por ouvir os mais velhos falarem mal da minha geração, e por ver, com o envelhecimento, minha geração pisotear nos mais novos. Essa tentativa de repressão com argumentações vazias é cansativa e previsível. Leia esta resenha, por exemplo.
No texto, Durval Filho começa falando que os blogs apesar de tentarem retirar o monopólio da informação dos grandes conglomerados, nunca conseguirão realizar tal feito. Vamos fazer uma pausa off-topic aqui.

Este é o erro número 1 de Durval. A maioria dos autores de blog não tem uma doutrina ideológica como guia para suas criações. Não tenta deter o monopólio da informação. Apenas utiliza a blogosfera como ambiente de expressão livre. Seja para manter o status quo, ou para ir contra ele. Influenciado por grandes cooporações de mídia (a maior parte dos casos), ou tentando dar relatos independentes.
A web alforria o homem na medida em que permite a publicação de trabalhos com um custo baixíssimo (nunca é de graça). Mas ao mesmo tempo pode aprisionar um indivíduo se este não tiver espírito crítico.

A possibilidade da liberdade é uma das maiores conquistas da contemporaneidade. E aí está o erro número 2 de Durval Filho, bem como onde está escondida a sua coleira. O autor argumenta que a geração dos anos 60 tinha uma "marca libertária", a qual não existe mais hoje. Para o ele, os grupos que hoje estão contra o satus quo, ou são calssificados como portadores de patologias, ou são engolidos pela mídia.

Vejamos bem. Os hippies não foram nem chamados de esquizofrênicos, nem englobados pela mídia? O rock'n'roll não foi considerado como uma arte para dementes, nem foi assimilado pela mídia?

Vamos falar sério. Sempre que a sociedade toma conhecimento de um movimento contra-cultural, dois mecanismos são ativados: primeiro, a crítica por parte dos personagens mantenedores do status quo. Segundo, a celebração da mídia por carne nova. Nada mais útil para a imprensa do que indivíduos tentando alterar o paradigma. Se o público gostar, a mídia irá acolher o movimento e a contra-cultura se tornará cultura, então. Foi assim durante todo o século XX. (Não me matem, apenas relatei o fenômeno usando jargões, afinal quem gosta de erudição acadêmica em blog?)

O mais importante é entender o objetivo de novos movimentos contra-culturais: libertar a geração atual da dominação intelectual da geração passada. Muitas vezes os movimentos não são de rompimento, mas de melhoramento e continuidade. Apenas se tenta fazer com que as idéias correspondam aos fatos da geração atual (Cazuza tinha que entrar nisso aqui de alguma forma).

É claro que hoje há muito mais liberdade, tanto de expressão quanto de ação, do que nos anos 60. Existe muito mais facilidade não só no acesso à informação, como na publicação de idéias. Isto é demonstrado claramente por este blog, e pelo próprio texto de Durval Filho. Negar isto é negar as conquistas da geração de 60.

Só lamento perceber que Durval Filho não se tocou estar fazendo o mesmo trabalho que os antigos "homens do sistema" faziam nos anos 60. Tentando oprimir a geração atual demonstrando vaziamente o fracasso das gerações mais novas.

No entanto, o autor tem um grande mérito. Admite a possibilidade de seus argumentos estarem errados. Como todo blogeiro de plantão tem que fazer, aliás.

De qualquer forma fica aqui o meu recado: vai ler mais Nietzsche, ô Durval!

Some rights reserved Todo conteúdo deste site, a não ser quando expressamente citado, está licenciado sob uma Creative Commons License. Os arquivos de áudio e vídeo com hiperligações neste site podem não ser de distribuição gratuíta, portanto não são hospedados pelo servidor Blogger.com e não foram publicados pelo autor deste site. Se você gostou de alguma música ou vídeo vá comprar o material original em alguma loja, sua criança malvada!